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sábado, 8 de agosto de 2009

Tudo à base de um grande par de chifres.

Corno s. m. galho, chavelho, haste, chifre. Cada um dos apêndices duros que certos ruminantes têm na cabeça. Um grande peso, derivado de uma má escolha de companheiro.

Corno, um só é suportável, aos pares já é aborrecido. Pode ser usado como arma de combate pelos animais, como para exibir respeito. Nos humanos não é muito diferente. Quando alguém caça um animal, fica-lhe com os cornos para futura exibição numa sala de estar, também para mostrar respeito, e às vezes dão também jeito para o combate corpo a corpo quando um conjunto de indivíduos se aborrece e decidem resolver os seus problemas como homens.

Mas, no mundo dos homens nem sempre possuir um par destes objectos é agradável ou envolve a palavra respeito.

Quando nos casais, um dos indivíduos decide ir em busca de um novo mundo, o outro adquire um par dos referidos objectos e torna-se alvo de chacota de qualquer ser humano, principalmente dos mais próximos, que estão sempre junto de nós para os bons momentos, como para os mais engraçados (engraçados para eles, sofridos para nós), que neste caso é a referida aquisição de hastes.

Na nossa sociedade temos vários gestos que simbolizam um par de cornos e dos quais usufruímos regularmente. Quando nos aborrecemos com um vizinho, quando assistimos a touradas, quando nos aproximamos de uma velhinha, quando assistimos a um concerto de uma banda metálica cujo desejo é que o público arda bem no inferno.

E agora que falo nisso, lembrei-me! Hoje em dia até quando se está no parlamento, no meio de debate político pode-se acenar agressivamente com um destes gestos chifrudos para uma bancada parlamentar inimiga! Trabalhar-se no parlamento é uma vida cheia de emoções!

Na minha opinião é de louvar o acto de Manuel Pinho. Eu já estava farto daquelas guerras de insultos simples e sem sentido que nem se quer enalteciam a actuação dos nossos políticos. Agora este acto de Pinho foi emocionante! Este ex-ministro não precisou de falar para insultar alguém, e isto na minha opinião já enaltece a vida política. Foi das poucas vezes que o parlamento nos mostrou algo inovador. Manuel Pinho conseguiu inovar ao insultar uma bancada parlamentar inteira sem precisar de falar.

São estas coisas que eu não entendo, pela primeira vez aparece perante nós um político a mostrar-nos algo de diferente e interessante e depois é demitido. Isto só prova que os governos não querem ter o país contente.

É sempre giro ver um político num momento de pura comicidade. Porque raramente se vê gente engraçada metida num fato. E os políticos normalmente fazem de conta que são pessoas muito sérias (porque têm um fato vestido), agora temos um que foi capaz de mostrar o seu verdadeiro “eu”. Um “eu” deveras engraçado.