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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Word do Magalhães não reconhece o termo "concurso público"

A saga tecnológica de José Sócrates, a sua obsessão benigna para alavancar o país para o mundo do ciberespaço, depara-se com mais um problema de concepção. É verdade, quando tudo parecia correr melhor, eis que o Magalhães manifesta mais um erro no seu sistema: o pequeno grande computador não reconhece a terminologia "concurso público".

Devido a este erro crasso, inúmeras criancinhas crescerão e serão educadas no completo desconhecimento do significado deste conceito - "concurso público".
Este falha nas suas formações poderá revelar-se fatal para a sociedade e para o país quando algumas destas crianças ocuparem cargos governativos, tanto a nível central como local, e até mesmo nas suas empresas.

Na ignorância do conceito (obliterado do corrector do Magalhães) julgarão que para se iniciar e concluir um projecto com capitais públicos bastará desejar vê-lo realizado, quiçá dispor de contactos privilegiados nos órgãos de governo, ou apenas aligeirar processos ou lubrificar tomadas de decisão (com ofertas de robalos ao decisor ou traficante de influências?!).

Depois, quando a obra já concluída reluzir ao sol e debaixo dos holofotes mediáticos opositores mal intencionados correrão a apodá-los de corruptos e de traficantes de influências, quando na verdade se tratará apenas de decisores, governantes, que, quando crianças verificaram défices nas suas formações. Nunca corruptos! Em crianças, aquando da apreensão dos conceitos essenciais à vida em sociedade, nunca estas pobres criaturas puderam redigir no seu Magalhães uma composição, mínima que fosse, onde explanassem o conceito "concurso público".

Já não bastava que o Magalhães, computador educativo (sublinhe-se), apresentasse erros ortográficos e de morfologia nas instruções dos seus jogos didácticos (sublinhe-se didácticos), agora quando se tenta neles escrever numa folha Word o termo "concurso público" o software não o reconhece no seu dicionário, regista um erro e sublinha-o a vermelho.

A única atenuante de que poderão beneficiar os criadores do Magalhães será o facto de que nem mesmo para a atribuição deste projecto a privados o governo tenha recorrido ao conceito assim menorizado: "concurso público".

Com esta preciosa ferramenta educativa Magalhães a contribuir para a sua formação escolar será que também o conceito de dívida ficará por integrar o léxico das agora crianças, futuros homens e mulheres, líderes e seguidores? Repare-se que a própria empresa que concebeu o projecto Magalhães havia-se esquecido das suas dívidas para com o fisco mesmo antes deste lhe ter sido atribuído.

Porém, das sombras se faz luz. Explico: compreende-se agora a pertinência ao ter sido ofertado ao presidente venezuelano Hugo Chavez um computador Magalhães. Se o Magalhães já não reconhece o termo “concurso público”, então estará plenamente apto a desconhecer os termos "liberdade" e "democracia".

E quanto a problemas no Word, o Magalhães não se fica por aqui. Quando se digita a palavra “Sócrates”, esta surge também sublinhada, sendo considerada um erro de gramática quando não precedida do termo "engenheiro".