Fiquei surpreso com o discurso ao país de José Sócrates, por duas razões até, em primeiro estava à espera de mais um discurso vago à volta de um sentido de necessidade de um país unido em torno de sacrifícios diversos para o trazer de volta em boa maré, algo que não aconteceu totalmente, pois foi capaz de dizer 2 ou 3 coisas relevantes incluindo a segunda razão que me surpreendeu! Confesso que, por esta altura, eu já esperava tudo provindo do nosso primeiro-ministro, devido ao facto de tudo o que já se passou por cá. Não me surpreendia até se se demitisse, porém não esperava que ele fosse um queixinhas. Sim, volto a repetir, um queixinhas, como aqueles miúdos caixa de óculos que se queixam sempre de tudo o que lhes fazem, e não fazem!
Eu já estava completamente hipnotizado com o discurso, ouvia atentamente as belas palavras que saiam em tom sinfónico de José Sócrates, que tem o dom da palavra e da lamúria, quando de repente o meu estado hipnótico se quebrou, a minha mente foi corrompida por uma conjunção de palavras que confirmavam que quem estava a discursar não era o primeiro-ministro, mas sim um miúdo caixa de óculos queixinhas! Abri finalmente os olhos e saí do estado hipnótico e vegetativo e mirei o televisor. Fiquei chocado e impressionado, de facto quem estava a falar era José Sócrates, por muito que os meus ouvidos me tentassem iludir. Sim era José Sócrates, mas ou ele é queixinhas, ou então ele roubou o discurso a um miúdo caixa de óculos.
Todo aquele discurso ao país pretendia comunicar que Portugal só se encontra no estado em que está porque PS e PSD não encontram um ponto de entendimento, tendo o primeiro-ministro colocado as culpas em cima de Passos Coelho. Então, mas afinal quem é que governa este pedaço da península ibérica? José Sócrates ou Passos Coelho?
José Sócrates é de facto um queixinhas, veio esclarecer ao seu povo que ele não consegue brincar como deve ser porque Passos Coelho se comporta como um bully que lhe rouba o brinquedo!
Com isto fico sem perceber o sentido das eleições e das campanhas, durante estas andam todos os partidos e candidatos numa algazarra uns contra os outros, arranjando cada um o seu argumento hipotético para merecer um lugar na governação do país, mas depois quando chega a altura de tomar decisões importantes, não se tomam e diz-se que a culpa é do adversário principal.
Deixemo-nos então de queixinhas e de bullying entre partidos e governo e tentemos governar Portugal que já não suporta esta inércia política.
(ATENÇÃO: os termos “brincar” e “brinquedo” foram utilizados neste texto sobre a forma de metáfora repleta de ironia, se bem que pareça algo nada metafórico e bem real.)
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