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sábado, 6 de setembro de 2008

“Ai…os tempos de Salazar”

Acredito, que apenas uma pequena quantidade de nós nunca ouviu um dos nossos avós ou pais a proferirem a seguinte frase: “Ai…os tempos de Salazar.”. Esta é uma frase, que sinceramente, quando a ouço fico frustrado, não compreendo como as pessoas não se aperceberam como eram meros fantoches do chamado “Estado Novo”, quer dizer compreender até compreendo, não fosse o governo de Salazar uma ditadura.

Sim, também tenho que admitir que durante esse tempo, Portugal começou a evoluir e a sair duma crise, na qual ainda hoje se encontra (também não sabemos qual é, mas para a descobrirmos ainda geramos outra crise) mas, para sair dessa crise foi preciso cobrir o que se abria entre outros tantos actos e mais, as pessoas só viviam bem se amassem o Estado, e é agora que chegamos ao cerne da questão (e não da crise) e que me assusta bastante. Vejamos como era distribuído o amor do povo:

1º - Deus

2º - Pátria

3º - Família

Voilà! A família aparece depois do amor ao país (que não deixa de ser o amor ao Estado)! Quando deveria ser o amor familiar a fortalecer o país, acontece exactamente o oposto! Isto até dá para imaginar o diálogo entre uma mãe e o seu filho de 10 anos após vir da escola:

Mãe: Olá filho! Como correu a escola?

Filho: Muito bem mãe!

Mãe: E o que fizestes (no tempo de Salazar existiam muitos analfabetos mas, sempre tivemos bons escritores)?

Filho: Primeiro tivemos uma aula foleira de ciências mas, a seguir estivemos a orar e a venerar Salazar! E tu?

Mãe: Estive a limpar a nossa casa, a polir o nosso Cristo e a puxar o lustro ao nosso Salazar de 1 metro.

Filho: Gosto tanto de ti, mãe!

Mãe: Eu também gosto muito de ti, filho mas, gosto mais de Salazar! Ai a voz grossa e viril daquele homem! Como eu gostava que o teu pai fosse assim… Ah! E gosto ainda mais de Deus! Imagino-o como um homem de braços fortes que vai todas as sextas para o ginásio, assim como o teu pai, que vai para a tasca.

Agora, um excerto de história dita duramente (fictícia ou não):

Acabada esta conversa, o rapaz deve-se ter trancado no seu quarto com inveja de Salazar, pois o seu amor foi posto de parte pela mãe e mais, se houve um 25 de Abril, a culpa é de Salazar! Ele é que criou estes jovens com estes ideais invejosos que caminharam pela Ponte Salazar exibindo as suas tatuagens de “Amor de Mãe”!

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