Antes de começar oficialmente a minha participação neste achincalhante blog, queria começar por agradecer a esse grande ícone do mundo cibernáutico, que dá pelo nome de Samicas Alguém!
Ora, após algum tempo dedicado a pensar num tema que reflectisse algo que realmente acontece, surgiu-me a ideia de falar da Educação, assunto que motiva sempre grandes polémicas, que vão desde alunos mal comportados a pedir o telemóvel ao professor, até manifestos dos professores contra a sua avaliação. “Estou” portanto aqui para abordar o tema da evolução das repreensões nas salas de aula espalhadas por esse Portugal fora.
O percurso escolar de uma criança começa aos 6 anos, quando ingressa no 1º ano do ensino básico. Regra geral, há sempre aqueles que choram no primeiro dia de aulas, aqueles que não largam a “mamã” e por aí fora. Quando se conhecem, os rapazes jogam à bola, sonhando ser como os seus ídolos e as raparigas saltam à corda, ambicionando ser princesas. No entanto, em geral, têm algo em comum… O comportamento! Quando acompanhados por um professor sem mão na turma então, fica um petisco delicioso! E o que é que lhes é dito para medirem as suas atitudes próprias de criança? “Meninos, comportem-se! Já não têm 5 anos!” Pois não, têm 6! Qual será a diferença?!
Este é um acontecimento que se repete ao longo de todo um percurso escolar numa escola pública, apenas mudam os termos usados. Ora repare, caro leitor: no 2º ano, é dito às crianças que já não estão no 1º ano. No 3º ano, é-lhes dito que já não estão no 1º nem no 2º ano. No 4º ano, bem como no último ano de cada ciclo escolar, é-lhes dito que estão quase no ciclo seguinte. Ao entrar para o 5º ano, é-lhes dito que já não estão na primária. No 6º ano, já estão quase no 3º ciclo. No 7º ano já não estão no 5º nem no 6º ano. No 8º ano, já não estão no 7º. No 9º ano, já estão quase no ensino secundário. No 10º ano, a conversa muda um bocado de figura: já é um ensino que não é obrigatório; os alunos só lá estão porque querem (afinal de contas, o ensino obrigatório até ao 12º ano só está agora a entrar em uso). No 11º, já existe uma mistura de todas as reprimendas: já não são putos da primária, não estão no 2º nem no 3º ciclo, já não são do 10º ano, portanto já têm algum juízo (apenas teoria…) e deveriam comportar-se como tal. É acrescentado também um novo argumento, que se refere ao facto de serem alunos “quase pré-universitários”, o que dá um ar engraçado à coisa!
A mina jovialidade não me permite reflectir mais do que acerca do 12º ano, o último do ensino escolar, o verdadeiro ano em que se é pré-unviversitário! Neste ano, é dito aos alunos que são pré-universitários e que a faculdade não é como o secundário. Talvez seja uma tentativa de assustar os alunos; talvez se trate de uma mera confusão: afinal de contas, os agora pré-adultos (o prefixo “pre-“ fascina-me!) são tratados como quando tinham 6 anos!
E porque será que isto acontece? Será por falta de disciplina nas escolas públicas portuguesas? Será por falta de regras e educação própria em casa?
Adio essas reflexões para uma futura oportunidade, deixando-vos por agora nesta dimensão com a promessa de um regresso para breve.
Saudações cibernáuticas,
Andersnite
p.s.: os textos aqui publicados por mim são meramente de tom jocoso, não querendo ofender ninguém... apenas quem merece!
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